Ortopedia – Tudo o que você precisa saber sobre a área
A Ortopedia é uma das 53 especialidades médicas reconhecidas no Brasil. O profissional é especializado em diagnosticar, tratar e prevenir disfunções e lesões ligadas à locomoção humana, envolvendo ossos, músculos, ligamentos, nervos, tendões e articulações.
Se você pensa em seguir a carreira de ortopedista, saiba que é preciso investir bastante tempo e dedicação. São pelo menos 9 anos de estudos para obter o Título de Especialista e Ortopedia e Traumatologia (TEOT) e começar a exercer a profissão regularmente.
Todo esse esforço vale muito a pena!
Existem, no Brasil, pouco mais de 13 mil profissionais especializados nessa área, o que está longe de atender à demanda do País, principalmente em áreas mais remotas. Há, portanto, um enorme mercado a explorar, principalmente fora da região Sudeste, que concentra a maior parte dos ortopedistas brasileiros.
Confira a seguir tudo o que você precisa saber para ingressar na carreira de Ortopedia, como está o cenário dessa profissão no País e onde estudar!
O que faz um ortopedista?
O ortopedista pode trabalhar em clínicas, consultórios, hospitais e unidades de saúde públicas e privadas. Pode atuar como autônomo, gerindo seu próprio consultório ou clínica, ou fazer parte de equipes médicas em clubes e associações esportivas.
O cotidiano desse profissional envolve atividades como:
- Realizar consultas e coletar dados importantes sobre o paciente
- Diagnosticar o problema levado pelo paciente
- Solicitar exames
- Elaborar tratamentos
- Indicar equipe de fisioterapia
- Prescrever medicamentos
- Acompanhar a recuperação do paciente
- Realizar cirurgias
O ortopedista pode atender pacientes de todas as idades, desde bebês até idosos. Pode, ainda, especializar-se ainda mais, escolhendo tratar apenas de problemas de coluna, joelho, mãos, etc.
Cenário da Ortopedia no Brasil
De acordo com a mais recente pesquisa de Demografia Médica no Brasil, desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) com o apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), o País tem hoje 13.147 ortopedistas registrados.
Isso faz com que o Brasil tenha 6,54 ortopedistas por 100 mil habitantes. A distribuição, no entanto, é bastante irregular. Os estados com a maior quantidade de especialistas são: São Paulo, com 3.819 profissionais registrados, seguido de Minas Gerais (1.419) e Rio de Janeiro (1.417). Do outro lado do espectro, temos três estados do Norte com a menor quantidade de ortopedistas: Roraima (18), Amapá (26) e Acre (29).
A distribuição entre os gêneros também é desigual: 96% dos ortopedistas são homens.
Em número de profissionais, a Ortopedia responde por 4% de todas as especialidades médicas reconhecidas no Brasil e muitos ortopedistas acumulam mais de uma especialização. Dentre elas, as mais populares são, por número de profissionais:
- Medicina do Trabalho: 499
- Cirurgia da Mão: 496
- Cirurgia Geral : 391
Quanto ganha um ortopedista
É difícil estabelecer um valor padrão para o salário do ortopedista. Esse profissional pode combinar empregos em mais de uma instituição, realizar plantões e atuar por conta própria. As pesquisas salariais disponíveis no Brasil mostram a remuneração de apenas uma fonte. Ainda assim, dá para ter uma ideia dos rendimentos desse médico.
De acordo com pesquisa do site de empregos Catho, a Ortopedia é a terceira especialidade médica mais bem remunerada. Com média salarial de mais de R$ 14 mil, perde apenas para a Cirurgia Plástica e Cirurgia Geral.
A pesquisa do Banco Nacional de Empregos (BNE) mostra a remuneração por tempo de experiência e porte da empresa contratante. Segundo o BNE, um ortopedista em início de carreira, em uma empresa pequena, ganha em torno de R$ 3.800. Já um profissional com mais experiência, trabalhando em uma organização de grande porte, tem média salarial de R$ 15.700.
O que é preciso fazer para se tornar ortopedista
A Ortopedia, como qualquer especialização da área médica, requer muitos anos de investimento e dedicação aos estudos.
O primeiro passo para ingressar na carreira é fazer o curso de Medicina, que dura 6 anos e dá ao diplomado o título de Clínico Geral. Quem se forma precisa ainda levar seu diploma (obtido em curso reconhecido pelo Ministério da Educação) ao Conselho Regional de Medicina (CRM) de seu estado para obter o registro profissional, caso queira clinicar.
Para obter o Título de Especialista em Ortopedia e Traumatologia, ou TEOT, como é conhecido, é obrigatório passar por um programa de residência médica em Ortopedia e Traumatologia. Durante três anos, o médico vai aprofundar seus conhecimentos em Anatomia, Fisiologia, Fisiopatologia e tudo o que envolve o aparelho locomotor.
Além de aulas teóricas, seminários e estudos dirigidos, o residente vai desenvolver uma série de atividades práticas, sob a supervisão de Ortopedistas titulados, em locais como:
- Prontos Socorros
- Enfermarias
- Ambulatórios
- Centros Cirúrgicos
- Oficinas de Próteses e Órteses
- Setores de Fisioterapia e Reabilitação Funcional
Ao final do período, para obter o TEOT, é preciso ainda passar no exame da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. A prova dura geralmente dois dias e é composta de:
- Exame escrito: 100 questões de múltipla escolha, com duração de três horas e meia.
- Exame oral: durante duas horas, o candidato é avaliado por uma banca de dois examinadores e precisa analisar situações clínicas.
- Exame físico: dura meia hora e tem cinco situações que o candidato precisa examinar em voluntários que atuam como pacientes.
- Exame de habilidades cirúrgicas: apresenta cinco situações práticas nas quais o candidato precisa demonstrar técnica cirúrgica. Dura meia hora e é realizado com modelos artificiais de ossos e ligamentos.
A prova acontece todo ano, em janeiro, na cidade de Campinas (SP). Você pode consultar mais detalhes no portal oficial da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
Onde estudar Medicina
Para ser ortopedista é obrigatório ser médico. O curso de Medicina está disponível em 224 universidades brasileiras, sendo 86 públicas e 138 privadas.
Se nas públicas o grande desafio é vencer a concorrência no vestibular, nas particulares o estudante vai se deparar com mensalidades que custam mais de R$ 5 mil, podendo ultrapassar R$ 9 mil em algumas instituições.
Felizmente, há dois programas do Governo Federal destinados a pessoas de baixa renda que sonham em fazer um curso superior. Nos dois, há vagas para Medicina:
- Programa Universidade para Todos (ProUni): usa a nota do Enem mais recente para distribuir bolsas de estudos parciais e integrais. Para se inscrever, é obrigatório cumprir requisitos de renda familiar e formação escolar, além de ter alcançado o desempenho de pelo menos 450 pontos na média das provas e nota acima de zero na redação. A concorrência para Medicina é acirrada, sendo necessário ter acima de 700 pontos para conseguir vaga em algumas faculdades.
- Fundo de Financiamento Estudantil (FIES): aqui, a ajuda é para pagar a faculdade. O empréstimo tem juros baixos e prazo longo para pagamento. Pode se inscrever quem se encaixar nos requisitos de renda e apresentar pelo menos 450 pontos na média das provas e nota acima de zero em qualquer edição do Enem a partir de 2010. As notas para ganhar o benefício para o curso de Medicina são semelhantes às do ProUni.
Confira algumas instituições autorizadas pelo MEC a oferecer o curso de Medicina que costumam participar do FIES e do ProUni:
- Centro Educacional Anhanguera (ANHANGUERA)
- Cruzeiro do Sul Virtual (a distância)
- Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)
- Universidade de Franca (UNIFRAN)
- Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)
- Centro Universitário UNIBTA
Veja também:
Quanto ganha um médico?
http://www.guiadacarreira.com.br/salarios/quanto-ganha-um-medico/
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