A história dos jornais e as origens do jornalismo
Atualizado em 15/4/2024
Não se sabe ao certo a origem exata do jornalismo e qual foi o primeiro jornal do mundo, mas os historiadores atribuem ao lendário Imperador Romano Júlio César esta invenção.
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Ao que tudo indica, Júlio César, além de um excelente general e comandante, também foi um ótimo profissional de marketing: para poder divulgar suas conquistas militares e informar o povo da expansão do Império (fazendo obviamente muita propaganda pessoal), César criou a chamada Acta Diurna, o primeiro jornal de que se tem notícia no mundo.
A Acta Diurna era uma publicação oficial do Império Romano, criada no ano de 59 a.C. durante o governo imperial de César. Ela trazia notícias diariamente para a população de todos os cantos do Império (e de fora dele) falando principalmente de conquistas militares, ciência e de política.
Para poder escrever a Acta Diurna, surgiram os primeiros profissionais de jornalismo do mundo, os chamados Correspondentes Imperiais. Eles foram enviados para todas as regiões e províncias Romanas para acompanhar e escrever as notícias.
Apesar de inaugurar o conceito e o formato geral dos jornais e do jornalismo modernos, a Acta Diurna tinha algumas curiosidades:
- Como não existiam tecnologias de impressão no Império Romano e nem mesmo papel em quantidade suficiente (a fabricação de papel usando a tecnologia da época era muito cara), a Acta Diurna era publicada em grandes placas brancas de papel e madeira (estilo “outdoor”). Estas placas eram expostas nas principais praças das grandes cidades para que as pessoas lessem de graça.
- As comunicações também eram lentas na Época do Império Romano. Como os textos eram transportados a pé ou a cavalo, embora a Acta Diurna fosse publicada todos os dias, sempre apresentava notícias de dias ou semanas atrás!
- Como era uma publicação de jornalismo oficial, a Acta Diurna Romana não era imparcial, nunca publicava notícias negativas de derrotas do Exército Romano e nem escândalos envolvendo pessoas públicas e aliados do Imperador.
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Gutenberg, a Evolução dos Jornais e do Jornalismo na Idade Média
Durante a Idade Média, pode-se dizer que os jornais e o jornalismo tiveram o seu maior salto tecnológico: a prensa de papel inventada pelo Alemão Johannes Gutenberg possibilitou que o trabalho que antes era realizado manualmente pudesse ser feito por máquinas, tornando a publicação de livros de jornais muito mais ampla, rápida e barata.
A prensa de papel, construída com base na tecnologia dos tipos (letras) móveis e também da prensa de vinho (que já era conhecida na Europa) permitiu que Gutenberg criasse toda uma nova indústria.
A revolução na época foi tão grande que alguns autores afirmam que a prensa de papel de Gutenberg tirou o mundo de vez da Idade Média, levando-o para a Era da Renascença, com o despertar definitivo da ciência e do jornalismo profissional.
A Bíblia de Gutenberg, considerada por muitos a obra prima do inventor Alemão, foi o primeiro livro a ser produzido, lançado e vendido com a tecnologia da prensa mecânica de papel.
Este exemplar da Bíblia, que começou a ser produzido em 1450 e foi finalizado em 1455, foi o primeiro livro a ser produzido em larga escala (escala industrial).
Apesar de terem mais de 550 anos de idade, algumas pessoas, instituições e museus ainda tem cópias originais da Bíblia de Gutenberg! Exemplares dessa obra podem ser encontrados na Biblioteca do Congresso em Washington, na Universidade Keio em Tokyo e também na casa do empresário Americano Bill Gates, o homem mais rico do mundo nas décadas de 80 e 90 do século XX, que comprou um exemplar deste tesouro histórico em um leilão em 1994.
Os Jornais e a Atividade do Jornalismo na Era Industrial
No início do século XVII, à medida que a tecnologia da prensa de papel de Gutenberg ia sendo disseminada e copiada por seus concorrentes, a publicação de livros e jornais se tornava cada vez mais popular.
A própria atividade de jornalismo também passou a ser muito mais profissional com o surgimento dos primeiros cursos de jornalismo nas Universidades da Europa.
Com a profissionalização do jornalismo, começou também a surgir a necessidade de regulamentar a profissão e sua atividade, surgindo nesta época o conceito de Liberdade de Imprensa.
A Suécia, no caso, foi o primeiro país do mundo que implementou a Liberdade de Imprensa através de uma lei criada no ano de 1766.
Através desta lei, foi garantido que os profissionais de jornalismo e os jornais da Suécia poderiam publicar qualquer tipo de notícia, desde que ela fosse real e que não houvesse difamação.
A atividade de Jornalismo teve outro grande salto tecnológico no ano de 1844, com a invenção do Telégrafo.
O Telégrafo, aparelho considerado o pai de toda a comunicação moderna, permitiu que textos que levariam horas ou até dias para serem transportados fossem repassados pelos profissionais de jornalismo as redações em questão de minutos.
O telégrafo permitiu então que a imprensa se tornasse muito mais ágil: uma notícia que aconteceu de manhã, poderia agora facilmente ser publicada à tarde em um jornal.
Os Jornais e a Atividade do Jornalismo na Idade Moderna (Era da Informação)
Os jornais e o jornalismo chegaram ao século XX no auge do seu prestígio e popularidade.
Para se ter uma ideia do tamanho da indústria dos jornais na época, pesquisas da época afirmavam que 1 em cada 2 norte-americanos adultos lia jornais uma vez por dia!
O período entre 1890 e 1920 é conhecido inclusive como Era De Ouro dos Jornais.
A atividade do jornalismo tradicional só começa a decair a partir de 1920 com a chegada de uma poderosa mídia concorrente: o rádio.
O rádio atacava os jornais tradicionais de duas maneiras diferentes: primeiro roubando anunciantes e a preferência do público e também roubando os próprios profissionais de jornalismo que agora passavam também a trabalhar no rádio.
É a primeira vez na história que a mídia impressa passa a ter um concorrente de peso.
Os jornais do século XX, por sua vez, reagem e adotam várias medidas para se tornarem mais modernos e populares: adotam pela primeira vez a publicação em larga escala de fotos grandes e coloridas (anteriormente as imagens eram todas em preto e branco), passam a usar em seus artigos uma linguagem mais popular e também criam novas sessões dando mais espaço aos esportes e ao humor.
Estas medidas, apesar de tornarem os jornais um pouco mais caros (imprimir em colorido é mais caro), trouxe modernidade a esses veículos e permitiu que o jornalismo tradicional chegasse aos dias de hoje.
O século XX, no entanto, ainda reservava outra surpresa desagradável aos jornais impressos: além do rádio, surgia também a televisão como concorrente!
Apesar de resistirem bravamente à invenção do rádio, a televisão veio para demolir de uma vez por todas a hegemonia dos jornais e do jornalismo clássico: a partir de 1950 a TV se tornou o principal canal de mídia do mundo, posição que por sinal ocupa até hoje.
A partir de 1980, com o surgimento e popularização dos computadores e da Internet, o jornalismo clássico se reinventa e surge o chamado Web jornalismo.
O Web jornalismo, jornalismo praticado na Internet, tem como principais características a agilidade da linguagem, a velocidade de atualização e também o baixo custo de produção.
Apesar de ainda não ameaçar a TV como principal mídia, a Internet é atualmente a mídia que mais cresce no mundo.
Apesar da diminuição da importância dos jornais devido as novas tecnologias, os jornais e a atividade de jornalismo tradicional ainda ocupam um espaço de grande destaque no mundo, sendo a segunda principal mídia atrás apenas da televisão.
A WAN (World Association of Newspapers), a associação que cuida da atividade de jornalismo no mundo, calcula que nos dias de hoje, aproximadamente 900 milhões de pessoas leem jornais diariamente, principalmente no Japão e na China, onde o costume de ler jornais é mais forte (7 entre os 10 jornais mais lidos do mundo são orientais).
Curiosidades sobre o Jornalismo: Os Jornais mais Antigos do Mundo
Confira abaixo uma tabela com os 10 jornais mais antigos do mundo ainda em circulação. Alguns deles tem quase 360 anos de tradição:
Os 10 Jornais Mais Antigos do Mundo | ||||
Nome do Jornal | País | Ano de Fundação | Idade* | |
(1.) | Post och Inrikes Tidningar | Suécia | 1645 | 356 anos |
(2.) | Haarlems Dagblad | Holanda | 1656 | 354 anos |
(3.) | La Gazzetta di Mantova | Itália | 1664 | 346 anos |
(4.) | The London Gazette | Inglaterra | 1665 | 345 anos |
(5.) | Wiener Zeitung | Áustria | 1703 | 307 anos |
(6.) | Hildesheimer Allgemeiner Zeitung | Alemanha | 1705 | 305 anos |
(7.) | Worcester Journal | Inglaterra | 1709 | 301 anos |
(8.) | The Newcastle Journal | Inglaterra | 1711 | 299 anos |
(9.) | The Stamford Mercury | Inglaterra | 1712 | 298 anos |
(10.) | Hanauer Anzeiger | Alemanha | 1725 | 285 anos |
*idade calculada com base no ano de 2010.
Fonte: WAN – World Association of Newspapers
Curiosidades sobre o Jornalismo: Os Jornais Mais Vendidos do Mundo
Confira abaixo uma tabela com os 10 jornais mais vendidos do mundo, dados com base no ano de 2010:
Os 10 Jornais Mais Vendidos do Mundo | |||
Nome do Jornal | País | Exemplares Vendidos por Dia * | |
(1.) | Yomiuri Shimbun | Japão | 14.246.000 jornais |
(2.) | The Asahi Shimbun | Japão | 12.326.000 jornais |
(3.) | Mainichi Shimbun | Japão | 5.635.000 jornais |
(4.) | Nihon Keizai Shimbun | Japão | 4.737.000 jornais |
(5.) | Chunichi Shimbun | Japão | 4.571.000 jornais |
(6.) | BILD | Alemanha | 4.220.000 jornais |
(7.) | The Sun | Inglaterra | 3.461.000 jornais |
(8.) | Sankei Shimbun | Japão | 2.665.000 jornais |
(9.) | USA Today | Estados Unidos | 2.603.000 jornais |
(10.) | Canako Xiaoxi Beijing | China | 2.530.000 jornais |
*valores médios aproximados e arredondados, inclui também os leitores que assinam o jornal, valores calculados com base no ano de 2010.
Fonte: WAN – World Association of Newspapers
Onde estudar Jornalismo
Confira algumas instituições autorizadas pelo MEC a oferecer o curso de Jornalismo:
- Universidade Anhembi Morumbi
- Estácio – Universidade Estácio de Sá
- USJT – Universidade São Judas Tadeu
- FMU – Centro Universitário
- Unicsul – Cruzeiro do Sul
- Belas Artes
- UNISA
- UNIP
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